Um dia pode mudar todo o rumo de uma vida, pensava eu com os meus botões chutando pedrinhas.
Algo o levou a São Paulo aquele dia, ele viajou, caminhou e foi naquele dia que descobriu o que faria da sua vida, sua missão.
Ele estava perdido nas drogas (uma triste história muito "comum" acontecer nos nossos dias), além de usuário, traficava, isso custou sua liberdade, se é que era livre de verdade. Ainda jovem, na prisão, recebeu da mãe um presente, uma Bíblia. Aquele dia não seria o ápice da sua experiência com um Deus de amor, mas um passo importante para isso.
Eu como expectadora, me toco com as histórias que ouço, com as histórias de vida, de gente de verdade. Sou apaixonada por gente (embora seja essa uma declaração que requer mais do que palavras). A história acima pertence a duas pessoas, apenas trechos da história de duas pessoas diferentes, de idade diferente, com propósito diferente. Porque isso é um pouco da vida.
O primeiro, um jovem adolescente, ouviu um dia sua mãe dizer: "Por que você não vai para São Paulo hoje?", ele ouviu e pensou, "é, por que não?". Seguiu sua viagem até São Paulo, foi visitar sua igreja de infância. A "igrejinha", uma Congregação pequena que estava em um dos seus momentos mais difíceis, quase morrendo. Antes mesmo de entrar, o jovem com aptidão para a música ouviu o hino tocado no play back e num estalo entendeu porque foi a São Paulo naquele dia e qual era o propósito daquela ida. Um dia, mudou o rumo da história daquele jovem menino e da "igrejinha" - que vai bem, obrigada - crescendo e se fortalecendo no Senhor Jesus.
O moço perdido nas drogas, leu a Bíblia, conheceu a palavra, ouviu sobre o amor, percebeu o amor de sua mãe, o amor de um Grande Deus, percebeu, mas não entendeu a profundidade. Semente plantada, um vício, uma doença, um coração ainda apaixonado pelo mundo, uma vida nada saudável. Não traficava mais, trabalhava e sustentava seu vício, por conta disso, achava que ninguém tinha o direito de lhe falar nada, mesmo assim, procurou uma igreja, estava dentro, mas o coração ainda nas drogas. Mais um dia.
Mas um dia o Pastor daquela igreja que se deu por falta daquele moço, foi visitá-lo. Ele não estava bem, estava alucinado, mandou o Pastor ir embora. O Pastor não foi. Falou para o Pastor não entrar. O Pastor entrou. Nossa missão é amar o mundo como Deus amou.
Hoje esse moço conta sua história para as pessoas, fala de um verdadeiro Amor, o único capaz de mudar todo rumo de uma história, o único amor que move pessoas, que transforma:
"Pela cruz me chamou, gentilmente me atraiu, e eu, sem palavras, me aproximo, quebrantado por seu amor"... "Eu estava condenado, mas agora pela cruz eu fui reconciliado".
Um dia não representa aqui o resumo de uma vida, mas pode definir o restante da caminhada. Um co-dependente das drogas, ou de qualquer outro vício, lícito ou não, sabe dar valor a um dia. E eu? E você? Sabemos? Não é um apelo emocional e também não há problema em se emocionar. Mas é preciso consciência. Decisão, escolha. Hoje, agora. Sim ou Não. Mas depois não diga: Nada ouvi sobre esse amor, nada sei sobre ele.