terça-feira, 23 de agosto de 2011

Oi! Sou pintor

imagens: Google



Minha pintura é em forma de palavras, algumas horas modestamente desordenadas, perdões, não sei direito o que exprimo. Eu simplesmente expiro e inspiro. Ou inspiro e então espirro.

Alguns textos são como gotas de chuva na janela, começam a escorrer lentamente e então desce com tudo até sumir ou se assumir. Sou uma gota caída, sou uma palavra dita. Sou a composição de mim mesma, indiscutivelmente perto, porém, infinitamente longe. Me toco, mas não me alcanço.

Engraçado, pensei como quem muda de assunto, de pato pra ganso. Quando nos olham só sabemos quando também olhamos, se não olhamos não sabemos. Às vezes é um olhar que nos incomoda, outra hora é um olhar que nos agrada, às vezes é olho no olho, um acordo, às vezes não é nada, se não algo que inventamos, pois tínhamos a necessidade de inventá-la.

Não sei medir o tamanho do perigo da invenção. Talvez! O perigo não esteja nela em si. Ela é apenas mais uma das capacidades dos seres humanos que estimula a criatividade. No entanto, o problema está na proporção de acreditar em algo que se quer existe, e se existe, existe apenas dentro de nós.

Há no mundo muitos Zumbis.

Mas Sonhar, também é uma arte. Com espaço no dicionário para um devaneio, mas também para uma ideia fixa. Como diria o poeta Mário Quintana “Sonhar é acordar-se pra dentro”. É apenas um reflexo!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Uma Trova

imagens: Google

Por favor, leva-me além.
Segure a minha mão
Me convide para uma dança
Eu irei!
Mas vamos dar um passo de cada vez.

Leva-me para um lugar aconchegante
Debaixo dos teus braços
Me segure firme,
Não me deixe escorregar.

Caminhe do meu lado
Me faça sonhar
Leva-me alem...
Por favor!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Guardei a minha no bolso

Imagem: Google

“Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele, guardei a minha no bolso. E fui.” (Caio Fernando Abreu)


O que podemos fazer nesta vida, é ver alguém que precisa de ajuda para subir o degrau do ônibus e estender a mão.

Ver a oportunidade de ajudar, e não sonegá-la.

O que podemos fazer por alguém que queremos bem é: ser um bom amigo, estar ao lado, ainda que em silêncio. Ser compreensível com suas dores e dificuldades. Ser um estimulo, quando possível. Ser realista, mas sem perder a doçura, sem perder a razão.

As pessoas pensam que precisamos fazer grandes coisas, mas o que adianta as grandes coisas se deixamos as pequenas? As pequenas são mais importantes, pois elas não são feitas para que sejamos enxergados. São feitas de coração, para que o outro se sinta melhor. As vezes nem sempre é possível fazer quem chora sorrir. Mas se for a caso, chore com a pessoa, e ria com ela quando ela conseguir.

Paciência é uma virtude. Mexer com as nossas feridas, é muito difícil. Não podemos perder a noção dos nossos limites e mexer com a ferida do outro como se fossem coisas pequenas. Não são! Não trate a ferida do outro com desdém. Não o julgue, não o condene.

Quanto as nossas feridas, sejamos também pacientes. É importante cuidarmos de nós. Quanto as cobranças que fazemos a nós mesmos. É importante entender que as coisas podem estar embaraçadas no momento, mas ali, logo ali em frente, elas vão melhorar, vão fazer algum sentido, vão se acertar.
Quanto aos nossos medos... Saber que tem uma mão protetora, cuidando de nós, até enquanto dormimos. Saber que esta mão abre as portas, as oportunidades, o caminho. E que assim como cuida dos animais e das plantas, cuida de nós. É um bom consolo. E verdadeiro.
Quanto as nossas angustias e tristezas....Saber que existe Alguém, e mais outros "alguéns" que se importam com elas, e que oram por elas, e que se dispõe a tratar delas, cuidar delas, como quem limpa os machucados externos, para que se cure também o interno.


Que eu consiga fazer isso!

Um recomeço

Quer me ler?
Esteja pronto para se confundir as vezes.
Pois eu sou uma pergunta.
E as respostas estão espalhadas.
Nem eu sei tudo sobre mim.
Sou uma pintura, e aquele que me criou, é o único que me conhece bem.
O que vê são impressões, com algumas poucas razões.
O que não vê, é o que é essencial.




sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Mais uma reticências

imagem do: Google"Solução, é a solidão de nós, deixa eu me livrar das minhas marcas, deixa eu me lembrar de criar asas, deixa que nesse verão eu faço sol.


Só me resta agora acreditar que esse encontro que se deu, não nos traduziu melhor. A conta da saudade quem é que paga? Já que estamos brigados de nada, já que estamos fincados em dor.


Lembra o que valeu a pena, foi nossa cena não ter pressa pra passar.


Lembra o que valeu a pena, foi nossa cena não ter pressa pra passar." [T.M]



Oi!







Estava com saudade. Saudade de dedilhar letras...Saudade de expressar pensamentos, saudade de caminhar passo a passo pra algum lugar. Porque hoje eu não sei que lugar eu quero chegar. Tô com saudade de escrever algo útil, que arranque o sorriso de alguém, que faça diferença na vida de uma pessoa.



Na verdade a SAUDADE é hoje, e tem sido durante essa semana, ou até mais, o sentimento mais gritante de mim e o sentimento mais urgente também. Afinal Saudade é realmente uma coisa urgente, pedindo estridentemente para ser sanada. Pois é, eu revejo fotos, escuto músicas, choro com músicas, choro olhando pela janela do ônibus, sorrio assistindo uma pessoa e novamente choro, sinto saudade de coisas pequenas, sinto saudade de coisas grandes, sinto saudade do que vivi, sinto saudade do que não vivi, sinto saudade de pessoas, sinto saudade de lugares e sinto saudade até de mim.



Mas eu não sei, meu coração está doendo, meus olhos estão molhados. Sou um ser que é melhor ficar distante e ao mesmo tempo um ser clamante por um abraço, por socorro, por uma mão pra segurar. Um ser que parece forte, independente, decidido, eu ao mesmo tempo tão frágil, sensível, tão perdido, uma pluralidade sem tamanha que parece se encaixar na desculpa das três letras (TPM), mas será? Será que na verdade não é mais uma das minhas limitações que só está mais evidente do que o normal? Se por acaso eu escrever alguma besteira, me perdoa, são tantas besteiras que eu já disse sem querer, tantas vezes que errei querendo acertar.




Ai meu coração, meu coração se ocupa com coisas que eu não sei e eu machuco corações que eu não quero machucar, eu oro, eu oro de novo e oro sempre. Porque preciso de direção, preciso acreditar que mesmo as minhas bobagens são coisas importantes, não só para mim.



Então faço das palavras de Liz Gilbert na obra Comer, rezar e amar (2007), as minhas próprias palavras:



"-Eu quero ter uma experiência duradoura de Deus. Algumas vezes eu sinto que entendo a divindade de Deus, mas depois deixo de entender porque me distraio com meus desejos e medos mesquinhos. Quero estar com Deus o tempo todo".



"Eu sei que o Senhor está ocupado com guerras e tragédias e com conflitos muito mais maiores do que uma disputa infindável de um casal disfuncional (ou das bobeiras de uma menina-moça). Mas acho que a saúde do planeta é afetada pela saúde de cada individuo que vive nele. Enquanto duas almas quaisquer estiverem envolvidas em algum conflito, o mundo inteiro será contaminado por isso [...]"



"Meu mais humilde pedido, portanto, é que o Senhor nos ajude a terminar este conflito, de modo que mais duas pessoas (ou mais) possam ter a oportunidade de se tornarem livres e saudáveis, e para que haja um pouquinho menos de animosidade e de amargura em um mundo já tão prejudicado pelo sofrimento.


Agradeço-lhe por sua gentil atenção.


Respeitosamente".



"Quando se está perdido nessa selva, algumas vezes é preciso tempo para você se dar conta de que está perdido. Durante muito tempo, você pode se convencer de que só afastou alguns metros do caminho, de que qualquer momento, irá conseguir voltar para a trilha marcada. Então a noite cai, e torna a cair, e você continua sem a menor ideia de onde está, é hora de reconhecer que se afastou tanto do caminho que se quer sabe mais em que direção o sol nasce".



Eu queria ser uma pessoa mais sucinta, mais breve, mais direta. Mas eu não sou, todas as palavras tristes ou alegres, são pra mim como música. O que não é música pra mim é a violência, é o egoísmo, a ganância, a capacidade do homem de destruir e de se auto destruir, de ignorar. Eu queria que esse texto ocupasse apenas algumas linhas, eu queria que fosse convidativo, que as pessoas se assentasse a frente dele, com perninhas de índio, que ficassem a vontade e que me acompanhasse até o último ponto final, ou até a reticências. Pois escrever parece para mim com isso, com reticências, sempre tem muito mais, muito além, sem contar as várias entrelinhas, que são as minhas, que são as suas.




Eu não sei escrever pouco, não sei não preencher uma história ou mesmo um dialogo, com detalhes, com barulhos, com emoção, com sinceridade. Eu não sei! Eu sou escrava das minhas emoções.



"As suas emoções são escravas dos seus pensamentos e você é escravo de suas emoções".




Quando uma pessoa está alegre, ela não quer ler coisas tristes, então talvez essa pessoa não me leia. Quando você está triste, você procura alguém que te traga alegria, ler coisas tristes em dias tristes, parece trazer mais tristeza, mas nem sempre. Eu não deveria estar aqui, ou deveria?



Eu parei meu tempo, pra tentar concertar alguma coisa que tá quebrada. Porque parece que quando a gente não está bem, nada rende, a mesa tá cheia de coisas pra fazer, mas tudo que se faz, se faz lentamente, pois em cada intervalo ocupa a mente com outra coisa. Eu sou distraída, não todo tempo, não com tudo. A Liz Gilbert diz uma coisa muito interessante no livro dela (e faz tempo que eu li). Ela diz que as vezes nossa mente é semelhante ao macaco, vive pulando de galho em galho... e como isso é uma verdade sobre mim.



"Se você estiver buscando a união com o divino (Com Deus), esse tipo de oscilação para frente/ para trás é um problema. Existe um motivo pelo qual Deus é chamado de presença- porque Deus está bem aqui, agora. O presente é o único lugar onde pode encontrá-lo, e o agora é o único momento".



"Leva a sério. Seja pontual. Seja frio e dócil. Lembre-se tudo que você faz, faz por Deus [...]"




E eu acredito nas mesmas doçuras de palavras que Liz Gilbert ouviu:


Deus diz



"Estou aqui. Eu amo você (e eu não sei como ele pode me amar). Não me importa se você tiver de passar a noite inteira chorando, eu fico com você. Se você precisar dos remédios de novo, não tem problema, tome - eu vou amar você do mesmo jeito. Vou proteger você até você morrer e depois da sua morte - vou continuar protegendo você. Sou mais forte do que a depressão e mais corajoso do que a solidão, e nada nunca vai me desanimar".



Que de alguma forma, algum paragrafo posso ter feito diferença pra você que me leu. Os parênteses, são os meus, o meu coração ainda dói, mas já me sinto um pouco mais leve. O importante que, em toda e qualquer situação. O Senhor me dá a oportunidade de me conhecer melhor e de crescer, de abrir mão de bobeira e de me concentrar n'Ele. Queria pedir desculpas para uma pessoa por uma coisa que não posso fazer por ele e queria eu aprender a lidar com uma coisa que outra pessoa não pode fazer por mim. Somos humanos ...