sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Guardei a minha no bolso

Imagem: Google

“Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele, guardei a minha no bolso. E fui.” (Caio Fernando Abreu)


O que podemos fazer nesta vida, é ver alguém que precisa de ajuda para subir o degrau do ônibus e estender a mão.

Ver a oportunidade de ajudar, e não sonegá-la.

O que podemos fazer por alguém que queremos bem é: ser um bom amigo, estar ao lado, ainda que em silêncio. Ser compreensível com suas dores e dificuldades. Ser um estimulo, quando possível. Ser realista, mas sem perder a doçura, sem perder a razão.

As pessoas pensam que precisamos fazer grandes coisas, mas o que adianta as grandes coisas se deixamos as pequenas? As pequenas são mais importantes, pois elas não são feitas para que sejamos enxergados. São feitas de coração, para que o outro se sinta melhor. As vezes nem sempre é possível fazer quem chora sorrir. Mas se for a caso, chore com a pessoa, e ria com ela quando ela conseguir.

Paciência é uma virtude. Mexer com as nossas feridas, é muito difícil. Não podemos perder a noção dos nossos limites e mexer com a ferida do outro como se fossem coisas pequenas. Não são! Não trate a ferida do outro com desdém. Não o julgue, não o condene.

Quanto as nossas feridas, sejamos também pacientes. É importante cuidarmos de nós. Quanto as cobranças que fazemos a nós mesmos. É importante entender que as coisas podem estar embaraçadas no momento, mas ali, logo ali em frente, elas vão melhorar, vão fazer algum sentido, vão se acertar.
Quanto aos nossos medos... Saber que tem uma mão protetora, cuidando de nós, até enquanto dormimos. Saber que esta mão abre as portas, as oportunidades, o caminho. E que assim como cuida dos animais e das plantas, cuida de nós. É um bom consolo. E verdadeiro.
Quanto as nossas angustias e tristezas....Saber que existe Alguém, e mais outros "alguéns" que se importam com elas, e que oram por elas, e que se dispõe a tratar delas, cuidar delas, como quem limpa os machucados externos, para que se cure também o interno.


Que eu consiga fazer isso!

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