terça-feira, 23 de agosto de 2011

Oi! Sou pintor

imagens: Google



Minha pintura é em forma de palavras, algumas horas modestamente desordenadas, perdões, não sei direito o que exprimo. Eu simplesmente expiro e inspiro. Ou inspiro e então espirro.

Alguns textos são como gotas de chuva na janela, começam a escorrer lentamente e então desce com tudo até sumir ou se assumir. Sou uma gota caída, sou uma palavra dita. Sou a composição de mim mesma, indiscutivelmente perto, porém, infinitamente longe. Me toco, mas não me alcanço.

Engraçado, pensei como quem muda de assunto, de pato pra ganso. Quando nos olham só sabemos quando também olhamos, se não olhamos não sabemos. Às vezes é um olhar que nos incomoda, outra hora é um olhar que nos agrada, às vezes é olho no olho, um acordo, às vezes não é nada, se não algo que inventamos, pois tínhamos a necessidade de inventá-la.

Não sei medir o tamanho do perigo da invenção. Talvez! O perigo não esteja nela em si. Ela é apenas mais uma das capacidades dos seres humanos que estimula a criatividade. No entanto, o problema está na proporção de acreditar em algo que se quer existe, e se existe, existe apenas dentro de nós.

Há no mundo muitos Zumbis.

Mas Sonhar, também é uma arte. Com espaço no dicionário para um devaneio, mas também para uma ideia fixa. Como diria o poeta Mário Quintana “Sonhar é acordar-se pra dentro”. É apenas um reflexo!

6 comentários:

Johnny Nogueira dos Santos disse...

Nossa adorei o seu post Ná! Que coisa mais linda! Uma mistura de poesia e crônica e Mário Quintana...

Fico muito feliz pela sua reflexão, bem como na nossa conversa, minha impressão é que você amadureceu aquelas ideias que trocamos.

Seu texto está impecável!

Gostaria de te indicar uma música que me parece ter a ver com esse assunto, é uma ideia que conheci primeiro nos versos de Baudelaire, quando ele falava sobre se apaixonar por pessoas na rua sem ao menos conhecê-las, se apaixonar pelo momento sabe. E até hoje acho isso sadio, porém com a perspectiva mais realista que consegue diferenciar o que é uma dança real e o que são as prazerosas invenções...

Pra Lembrar (Kassin + 2)

Viver um grande amor
Mesmo por um momento, por um só
Te vejo pela brecha dos vagões
Sentada a tôa lendo um suplemento do jornal
Vindo de diferentes estações
Te vejo nunca mais vou te encontrar
Que dor no coração que dá não ter paz
Tão triste, um momento pra lembrar
Perder um grande amor
Nas trists ruas negras dessa dor
Atravessando a pista sem olhar
Te vejo devagar vagando pelas tranversais
Te chamo e não consigo te escutar
Perder a vista do seu caminhar
Que dor no coração que dá não ver mais
Tão triste um momento pra lembrar
E poderá voltar
Parece andar em ciclos como o sol
Quem sabe antes do ônibus parar
Ela vai perceber e me olhar

http://www.4shared.com/file/71634216/102fce58/Kassin_2_futurismo.html

Johnny Nogueira dos Santos disse...

Prazerosas e perigosas

Henrique Gois disse...

Lindo seu texto menina, Clarice apareceu ai perto eim... kkk

Gosto desse estilo de escrita, dessa construção, quando lemos um texto e fica parecendo para gente que quem escreveu foi construindo a ideia junto com o texto, que começa a escrever sem saber no que vai dar...

Sem coments só dá para dizer que está lindo.

Nathi disse...

OMG!!!

OMG x3!!!!

Ná, isso, isso, se liberte!

Garota, você tem talento pra coisa, nunca duvidei disso, só ficava triste porque quando se olha pro retrovisor só se anda pra trás, e agora, com certeza já está passos a frente!

"Ou inspiro e então espirro"

"Me toco, mas não me alcanço"

Uma mistura assim de Fernando Anitelli e Renato Russo, uma coisa meio bossa e jazz, cara, adorei!

^^

s2...Ná...s2 disse...

kkkkkkkkkk
Nathi...Acho que não é bem assim. Acho que entendi o que quis dizer com retrovisor..rsrsrs Acho que está equivocada rsrsrs...Mas beleza!
Também, não fique muito alegre pensando que mudei rs. Eu não mudei! São só meus vários lados...rs
Mas que bom que gostou do texto.

Nathi disse...

Como diz o Hermam Hesse: temos milhares de nós em nós mesmos, sim, pode ser que você não tenha mudado pra você, mas pra mim, que sou espectadora, sim senhora, vejo mudanças!