segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Primeira Lágrima de Arrependimento



Tirada do Google



Para confessar uma fraqueza em voz alta exige-se CORAGEM. Não é fácil deixar que as pessoas percebam que você tem vulnerabilidades. Que você tem não apenas um, mais vários "calcanhares de aquiles". Eu respeito muito as pessoas com coragem para dizer: "Eu sou falho nisso", pois, eu sei como é difícil. Basta que eu olhe para mim no espelho.Eu vejo, eu me vejo. Quantas imperfeições.

Reconhecê-las, dar nome a elas, confessá-las é apenas o primeiro passo. É preciso mais um gole de coragem para tratar delas. O medo pode nos aprisionar num casco de jabuti, passando uma ideia fraca de segurança.

Tenho medo do meu próprio medo, de que ele endureça meu coração, de que me aprisione num casulo falso de "proteção" e de que por medo eu perca grandes oportunidades de crescer, de fortalecimento e de ser uma pessoa melhor. E por medo eu perca grandes oportunidades de ajudar alguém a crescer, se fortalecer e ser uma pessoa melhor.

Nós, eu acredito que existimos antes de ser servidos, para servir. Mas o nosso ego gosta de nos colocar em emboscada, fraqueza humana. Todos gostamos de nos sentir valorizados e não parece haver mal nisso. Parece justo. Mas será? O quão injusto me parece aquela multidão gritando "soltem Barrabás" e para Jesus "Crucifica-o". Que missão difícil, vir ao mundo para salvar as pessoas e ser rejeitada pelas pessoas por quem veio derramar seu amor.

O que é Justo? "Justo é o Senhor e seus santos caminhos". Acredito que se aproximam da justiça aqueles que seguem O JUSTO, contudo é um processo, é gradativo, é um caminho longo para os seres viventes que habitam nessa terra.

"O amor é a resposta certa para a maioria das perguntas".

Ouvi isso uma vez e gostei. "Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor" (1 Co. 13.13).

Fecho meus olhos por alguns segundos e vejo uma linda árvore, grande, forte, cheia de frutos, próximo de água viva, em contato direto com água viva, que circula, que alimenta. Eu anseio ser como essa árvore, mas para que eu cresça é fundamental que seja podado aquilo que impede o crescimento.

Entre eles está o medo "mas o perfeito amor lança fora o medo".(1.João 4.18). Escorre dos olhos a primeira lágrima de arrependimento, mas para onde me leva o arrependimento? Para o dobrar de joelhos (não necessariamente literal). 

Reconheço que errei, mas gostaria muito de não errar mais... E quantas vezes terei que repetir isso em outras circunstâncias? Vamos cometer erros, mas vamos acertar também. Caso o medo domine, perde-se também a chance de conhecer e vivenciar os acertos. O caminho do medo não me parece valer a pena. 

No impeto de coragem Pedro pede a Cristo que permita que ele ande sobre as águas. Permissão concedida, ele vai... dá uns passos significativos, mas o medo o visita, então ele começa a afundar, mas ei! Ele tem uma mão amiga que o segura ao ouvir seu clamor, então, tudo fica bem.

Pedro tem ousadia, coragem, as vezes meio mal direcionada, mas quanto potencial. Jesus trabalha na vida de Pedro, ele será a pedra na qual muitas igrejas serão edificadas. Ele, como eu, tem muito a aprender e desenvolver. 

Reconheço que errei, mas preciso dar outros passos para permitir a mudança. Coragem não é ausência de medo, é partir para a luta mesmo com risco de sair ferido. Retiro apenas as ocasiões em que ir para a luta é imprudência, não encorajo essa atitude, longe de mim.

Agora o que nos resta? Resta, parece inapropriado, parece pouco, parece um caminho só, mas na verdade, há um longo caminho a frente, cercado de dúvidas, geradas pelo medo e a busca pela sabedoria (lá do alto) para passar por elas sem sair muito danificado, embora algumas horas seja inevitáveis os arranhões.

Um comentário:

Henrique Gois disse...

Gostei do texto. Realmente o medo é um inimigo nato, não digo o medo direcionado, aquele que nos faz dar passos suaves sobre o chão muitas vezes frágil, mas o medo voraz, aquele que nos aprisiona e aliado a preguiça nos faz ficar em seu conforto, brecando nossa evolução. Sou um prisioneiro muitas vezes desse medo também, mas engraçado, para isso existe a angustia, nos fazendo perceber que embora tudo pareça bem, algo precisa ser mudado, passos precisam ser dados e que a gente precisa sair da frente da TV para ver o sol.

Parabéns pelo texto, bjão... saudades