quarta-feira, 27 de julho de 2011

Saudade

Saudade é não saber onde está, o que faz, como está.

Saudade dói.

Saudade é lembrar, e só ter a lembrança pra te confortar,

só a lembrança pra você abraçar.

Saudade é um aperto no coração, um nó na garganta,

uma vontade de correr e abraçar bem forte, uma vontade de telefonar.

Saudade às vezes dá pra matar, saudade às vezes dá pra recomeçar

e às vezes saudade não dá.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O mundo muda, os problemas continuam

Há um tempo atrás, havia muito dificuldade, não que isso tenha deixado de existir, mas o número de pessoas que passavam fome era maior, pessoas que não tinham nenhum acesso a saúde, que viviam menos tempo dentro das escolas e mais tempo trabalhando, era um cenário triste, e desconsolador, que ainda existe.

Mas algumas dessas pessoas do passado, que lutaram, batalharam, cresceram, conquistaram uma situação financeira melhor decidiram que é obrigação delas não deixar nada faltar para os seus filhos. Investem em colégio particular, cursinhos pré-vestibulares, necessidades básicas e vão além em direção a uma enxurrada de vontades, caprichos, aparatos tecnológicos modernos, luxo, muito luxo, tudo para garantir que seus filhos sejam "felizes".

Mas assim também adoece a sociedade. Não que o cenário anterior era melhor, mas lutar para conquistar algo dignamente sempre fez bem para o caráter. Não que não existia pessoas de má índole capaz de fazer loucuras para conquistar alguma coisa na vida, isso existia, isso existe. Mas quando uma coisa melhora, outra piora, infelizmente vivemos assim.

Por que estou escrevendo tudo isso?! Bem, esse, eu diria, é o efeito que os textos da Eliane Brum, jornalista e colunista da revista eletrônica da época, tem sobre mim. Esse efeito de pensar, não faz muito tempo, eu já havia discutido sobre esse aspecto há um tempo atrás com a minha Vó, de como as coisas mudaram, das vantagens que isso trouxe e das perdas que também vieram, minha Vó porque nada melhor que ela, uma pessoa experiente que passou por muita necessidade para fortalecer esse conceito.

Dizem sempre que a vida é uma via de mão dupla, e o Menino Maluquinho, personagem do Ziraldo diz..."Todo lado tem seu lado", então quantos lados tem? Nas aulas de Jornalismo Político, tivemos contato com assuntos que incomodam, com muita injustiça que ainda existe, pior que isso, os efeitos que o consumismo gera na sociedade e como somos enganados constantemente, e aceitamos, e aplaudimos.

Existem muitos problemas na nossa sociedade, mas sempre existiram problemas e o que a gente aprende é que a forma como lidamos com os problemas, com o sofrimento, com a dificuldade é que faz de nós seres "melhores", não seres perfeitos, mas seres capazes de uma solidariedade com quem também sofre, talvez seja por isso que passamos por determinada situações, para ser capaz de ajudar aqueles que também passam e passarão por isso. Talvez por isso existam pessoas que aparentemente sofram mais que outros.

É um leque muito grande, ou uma cebola cheia de camadas. Eliane Brum em seu ultimo texto postado nessa segunda-feira, dia 11 de julho de 2011, apenas desmistifica a ideia de que é possível viver uma vida "perfeita" sem nenhuma dor, sem sofrimento, sem medo, sem dúvidas, como alguns pais almejam garantir aos seus filhos. Com muita frequência olhamos o mundo e vemos a extremidade que existe, sempre de 8 a 80, dificilmente o equilíbrio, e talvez esse seja o maior problema. Tudo que é demais faz mal... tudo que é em medida exagerada, estraga. E se as pessoas não tiverem consciência disso, elas adoecerão cada vez mais.



Link do texto de Eliane:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI247981-15230,00-MEU+FILHO+VOCE+NAO+MERECE+NADA.html

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Quem sou eu? Quem é você?

Desde muito cedo, me apaixonei pelas letras, pelas palavras e escrever sempre foi meu hobby predileto, depois de cantar.
Quando não tinha sono pegava alguns dos livros de português que tinha em casa e lia os textos, via as figuras, amava. Quando eu cresci minhas paixões me acompanharam...Música, cantar , ler e escrever, faz parte do que sou... Recentemente tive contato com uma poesia...digamos... muito reflexiva. Gostei... Espero que gostem também:


Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.



O que essas palavras significaram para mim, nem sei se existe uma maneira de explicar. Pois, afinal, existem várias maneiras de sentir, de pensar, de dizer... E as vezes fazemos justamente o contrário, dizemos o certo da maneira errada, ou simplesmente omitimos, escondemos, ou então dizemos justamente o contrário do que pensamos por talvez não saber lidar com determinada situação, por medo, por vergonha, por orgulho. Há uma multiplicidade de possibilidades inacreditáveis. Por exemplo quem sou eu? Eu vivia me perguntando esse tipo de coisa: "Quem sou eu?"...Eu sou aquilo que as pessoas dizem sobre mim? Eu sou aquilo que escolho? Aquilo que faço? Na verdade há uma complexidade tamanha em tal pergunta. O triste é quando me olho no espelho e vejo meus monstros, o triste é conviver com eles querendo arrancá-los de dentro de si pois nos fazem adoecer, o triste é lidar com as consequências das nossas escolhas erradas, o triste é viver fingindo, isso não quero, jamais! Há coisas alegres? Ah sim! Com certeza. Mas Cristo me dá a chance de no momento de fraqueza ser forte, no momento de tristeza crescer. Sou grata a Deus porque existem pessoas com a capacidade de escrever bem sobre coisas difíceis de dizer. Sou grata a Deus por todo tipo de talento e dom que permite o ser humano ter. E assim caminho aprendendo a lidar comigo e aprendendo a lidar com os outros.


Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.












Poesia escrita por: Álvaro de Campos



A poesia completa pode ser encontrada no seguinte endereço:
http://www.insite.com.br/art/pessoa/ficcoes/acampos/456.php

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Declaração

Como podemos brigar tanto, se tanto te amo?
Como me afastar de você, se nas minhas veias correm o seu sangue?
Como fingir que não ligo para você, quando é nítido que te respiro?
Como não reconhecer que sou extremamente piegas em sua presença?

Se dúvidas de mim,
Eu duvido de ti.
Me esforço incansavelmente em agradar-te, em conhecer-te.

Trabalho, me reintegro, me regenero.
Não finjo o que não sou.
E de fato você me conhece bem.
E sabe que as vezes tropeço, erro, lamento.

Tento ficar só,
Mas me afastar de ti
É difícil para mim.
Não te completo tão bem,
Mas você já faz parte do meu caminho.

Desde a primeira vez em que te ouvi,
E contigo aprendi
Você transformou tudo aquilo que eu via,
mas não entendia, em algo que eu pudesse definir.


Palavras, este é o seu nome.
Me ensinou o que é VALOR.
E valorizar aquela linda moça que sempre cuidou de mim
Chamando a de mamãe, o que fez ela sorrir.
E não muito atrás fez com que aquele homem duro se amolecesse
Ao ouvir em minha voz de criança dizendo a palavra papai.

Irmão, titia, vovó, vovô
Todas essas palavrinhas tinham a estranha magia
De fazerem com que aquelas pessoas grandes sorrissem.
E sorriso, foi outra palavra que aprendi a definir,
Assim como Amigo, como Amor.
Com você tudo fez mais sentido.

Aprendi a CANTAR, e peguei gosto pela coisa.
Utilizei a palavra BRINCAR, com tanta frequência.
Desenho, sempre me fez rir.


Mas crescer, crescer complicou o caminho.
Quanto mais palavras eu conhecia, mais difícil ficava.
As orações subordinadas, adjetivas, adverbiais.
E tanta oração, tanta oração que eu já não mais entendia.
E minha cabeça doía.
Mas mesmo com as complicações, minha paixão pelas suas letras
Pelas suas composições e pela sua capacidade de fazer tanta coisa.
Essa, de maneira nenhuma diminuía.


Não desisto de você, espero que não desista de mim também.