Está é uma história curta, de uma daquelas vezes que se nota a presença no momento da ausência. Há em alguns corações um buraquinho que só pode ser preenchido por apenas um certo tipo.
Neste decorrer as formas de tampar o pequeno buraco são distintas, um pedaço de pedra e papel não é suficiente para tampar aquele buraco, nem compatíveis. Não adianta superbonder, é preciso encaixar com a leveza e a suavidade declarada no silêncio das palavras, o resto são tentativas falhas, algumas até desnecessárias.
Mas esta canção me lembra uma feita por um amigo, sobre uma menina reservada que mergulhava nos livros. E não era ficção, lá estava ela, real, em carne e osso, sentada no busão, mergulhada nas palavras de um livro, não muito grosso, nem tão fino, páginas amareladas que os julgavam não terem saído de uma livraria novinho em folha. Mas nada, nada a interrompia, nem a voz masculina que pediu licença para sentar ao seu lado, concedeu com a cabeça sem tirar do livro os olhos, sem acreditar que de fato havia necessidade disso, afinal se dissesse não, ele sentaria? E será que alguém responderia não?
Mas não por muito tempo, em questão de segundos levantou o rosto, notou e abaixou a cabeça rapidamente, engoliu a saliva e sentiu ela passar rasgando pela garganta e como diria Djavan “aí desandou”, perdeu a concentração nas palavras, terminava um parágrafo e o mesmo relia, se perdia. Sentia-se envergonhada, observada, mal sabia onde colocar as mãos, mal tocava nos cabelos (embora houvesse uma vontade muito forte de meche-los), mal respirava, mal se mexia. Que raios da água era isso afinal? Que bicho te mordeu? Ele era por acaso um jovem conhecido? Não! Não era, mas também não tão desconhecido. Era um rosto visto quase todos os dias, mas nunca chegou a trocar palavras com ele, nem oi, acho que nem se quer um olhar ela trocou.
O tempo passou, e não foi feito conto de fadas, ela parou de encontrá-lo. E foi na ausência de seus pensamentos que lembrou-se de que gostava daquela presença e que não tinha percebido isso. Mas é bem possível que eles não se vejam mais e esta história não passará de uma historia que uma menina me contou e eu contei para vocês, mas que ninguém contou para ele.
Neste decorrer as formas de tampar o pequeno buraco são distintas, um pedaço de pedra e papel não é suficiente para tampar aquele buraco, nem compatíveis. Não adianta superbonder, é preciso encaixar com a leveza e a suavidade declarada no silêncio das palavras, o resto são tentativas falhas, algumas até desnecessárias.
Mas esta canção me lembra uma feita por um amigo, sobre uma menina reservada que mergulhava nos livros. E não era ficção, lá estava ela, real, em carne e osso, sentada no busão, mergulhada nas palavras de um livro, não muito grosso, nem tão fino, páginas amareladas que os julgavam não terem saído de uma livraria novinho em folha. Mas nada, nada a interrompia, nem a voz masculina que pediu licença para sentar ao seu lado, concedeu com a cabeça sem tirar do livro os olhos, sem acreditar que de fato havia necessidade disso, afinal se dissesse não, ele sentaria? E será que alguém responderia não?
Mas não por muito tempo, em questão de segundos levantou o rosto, notou e abaixou a cabeça rapidamente, engoliu a saliva e sentiu ela passar rasgando pela garganta e como diria Djavan “aí desandou”, perdeu a concentração nas palavras, terminava um parágrafo e o mesmo relia, se perdia. Sentia-se envergonhada, observada, mal sabia onde colocar as mãos, mal tocava nos cabelos (embora houvesse uma vontade muito forte de meche-los), mal respirava, mal se mexia. Que raios da água era isso afinal? Que bicho te mordeu? Ele era por acaso um jovem conhecido? Não! Não era, mas também não tão desconhecido. Era um rosto visto quase todos os dias, mas nunca chegou a trocar palavras com ele, nem oi, acho que nem se quer um olhar ela trocou.
O tempo passou, e não foi feito conto de fadas, ela parou de encontrá-lo. E foi na ausência de seus pensamentos que lembrou-se de que gostava daquela presença e que não tinha percebido isso. Mas é bem possível que eles não se vejam mais e esta história não passará de uma historia que uma menina me contou e eu contei para vocês, mas que ninguém contou para ele.
2 comentários:
Gostei do texto, bem Clarice Lispector.
Só não concordo com uma coisa, essa poesia de seu amigo não falava de uma menina tímida perdida nos livros, falava de uma menina que mesmo quieta diz muitas coisas, pois tem uma espiritualidade aflorada e "diz tantas coisas sem dizer" "ou toca o peito e arrebata a alma, ou enxerga, mais não vê" e acho que tem haver com você, quando consegue sentir algo especial e transcrever para nós uma coisa tão forte vinda apenas de uma troca de olhares, gosto de quando você consegue tirar de algo simples uma complexidade que está embutida em cada um de nós.
rsrsrs..Questões de ponto de vista meu caro. Pra mim ela é reservada, o que é diferente de TÍMIDA..rs E ela continuou dizendo muita coisa mesmo quieta...xD....Mas gostei muito do seu comentário...Beijos!
Postar um comentário