-Toda pessoa normal carrega mochila! - Disse a menina com abundância de olho, como se estivesse ensinando o homem com começo de pelos grisalhos.
Certa vez, vi um filme que não me lembro o nome, não é tão bom quando nossa mente nos prega peças, esquecemos detalhes, que queira sim, queira não, fazem total diferença, pelo menos pra quem não lembra. Seu instrumento principal era a mochila, e me desculpem mas agora eu vou "metaforar" (rs se é que isso existe).
De fato, a menininha que existe na minha cabeça, bem, ela está certa, toda pessoa normal carrega mochila, talvez, apenas um equivoco, limitar essa característica a normalidade, na verdade, esse normal pode ser excluído dessa frase, e ficaria então: Toda pessoa carrega mochila. E existe um detalhe importante sobre essa mochila, ela não está vazia. No filme (que não me lembro o nome) era um famoso palestrante, que sempre usava a mochila como instrumento para suas palestras de auto-ajuda, mas sua palavra era: Esvazie a Mochila, você não precisa das pessoas, você não precisa de depender de ninguém, você deve seguir em frente e deixar tudo que te deixa pra baixo para trás. Essa é uma boa mensagem de auto-ajuda, não é? Eu diria que ela é bem típica. E discordaria que ela é boa. Enfim, somente vendo o filme para saber o que acontece no final, não digo que valerá a pena, mas se você for como eu... Bem, eu aprendi a tirar lição de tudo, ou quase tudo, aprendi a aprender rs, ou seja, sou aquela que espreme o limão até o final, para saber se uma gota se salva.
A MOCHILA:
A mochila, trata-se de um instrumento simbólico que todas as pessoas têm, ela pode começar vazia antes de você vir ao mundo, propriamente dito, mas aos poucos tudo vai sendo colocado ali, dentro daquela mochila, que alguns chamam de bagagem, bagagem cultural, é um exemplo bem clássico. Todos pertencemos a um local, uma pátria e automaticamente, tudo ou quase tudo que está associado a essa pátria é colocado na nossa mochila, e até uma certa idade, nos falta autonomia pra dizer: Não, isso eu não quero carregar na minha mochila. O tempo passa, e nos começamos a enxergar as coisas de modo diferente, nossas experiências nos mudam, a gente também perde algumas coisas, e esquece de outras que não sumiram, nem deixaram de existir, mas ficaram jogadas no fundo da mochila. E com tanta informação, com tanta novidade, com tanta experiência, nossa mochila vai se enchendo, as vezes de coisas boas, outras coisas descenessárias e ainda outras ruins. Quando criança não diferenciamos o que é bom carregar na mochila e o que não é, somos guiados, mas ainda quando criança aprendemos a questionar tudo: Por quê? Mesmo sem saber o que é exatamente bom ou ruim, a percepção, a curiosidade da criança a torna um bicho muito esperto, quando crescemos um pouco mais, aprendemos a nos manifestar contra o que não queremos, mas depois de um certo tempo parece que começamos a esquecer disso e aceitar qualquer coisa na nossa mochila. Será este um dos males do mundo? Será um dos pontos que devemos repensar? As vezes é sim necessário "Esvaziar a mochila", mas não para ficar sem nada dentro, mas sim para enchê-la novamente, conferir o que precisamos e o que é cultura inútil, o que é informação fundamental e o que é apenas bafafá, o que acrescenta e o que diminuí, há coisas que não acrescentam e que nem diminuí, mas de certa forma continua sendo uma perda, quando estacamos em algum lugar, sem andar pra frente, sem andar pra trás. Que tal hoje abrir a sua mochila e verificar o que tem dentro dela?
P.s: Tirei da minha mochila aqueles óculos fundo de garrafa, velhinhos já, mas que me permite enxergar ^^
Um comentário:
Poxa Na...eu acabei de comprar uma mochila linda, da Pucca, pra tornar o transporte das minhas coisas mais fácil nas nossas aventuras do busão, vc pede para eu esvaziar?? :/
Rs, é brincadeira flor, é claro que eu entendi a metáfora da mochila e mais uma vez adorei, devo admitir que nossas conversas tem acrescentado mto a minha vida, e eu sou muito grata por isso! Os posts aqui do More Than Words tb, eu adoro! Parabéns flor!!
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